Fruto

Caminhando, pensei na alegria de conhecer as palavras de Daniel Faria (1971-1999). Lendo-o, parece mesmo que eu não o conhecia de agora. Que nasci junto com ele. E também que ele, ao morrer, leva-me junto. E eu tinha apenas 7 anos. Ao caminhar, pensei também nas pessoas que abandonam a vida. Se tivesse de abandonar a minha, seria justamente por não suportar mais que o conhecimento não é medida de nosso sucesso, mas a medida de nosso fracasso. Certamente, Deus permitiu que eu chegasse a essa conclusão. Certamente ele grava, com leveza e, às vezes, com brutalidade, essa grande verdade em mim. Nos dias em que me sinto leve diante da vida e do conhecimento, ouso rir, viajar, na mente, pelas facilidades alienadoras do cotidiano. Nos dias em que me sinto grave, há a responsabilidade do mundo. Ela é a minha segunda pele, minha segunda natureza. Deus tudo acompanha. Administra o que nos meus olhos parece-se com a explicação derradeira sobre as coisas da vida. Deus lembra-me: haverá sempre mais...